quarta-feira, 30 de março de 2011

HOMENAGEM AOS AUSENTES

Hoje é o grande dia de expressar nossa gratidão a todos que contribuíram para o sucesso da nossa caminhada.

Cinco anos se passaram. Pareciam eternos quando dos primeiros passos, mas enfim, aqui estamos nós, o grande dia chegou. Ocorre que muitas pessoas foram ficando ao longo do caminho. Algumas por opção ou por necessidades e outras por terem sido chamadas mais cedo de volta para a Casa do Papai do Céu.

O certo é que verificando a listagem de convidados, notamos a ausência de muitos nomes queridos que gostaríamos muito que estivessem aqui e agora, do nosso lado, vivendo esta emoção única e intransferível.

Portanto, esta homenagem pretende alcançar a todos os ausentes momentâneos, que simplesmente não puderam vir, como também a todos os ausentes eternos que já partiram para Deus.

Falar de ausência não é tarefa fácil, pois mexe com a emoção. Falar de ausência é voltar os pensamentos ao passado, é reviver velhos momentos às vezes já quase apagados pela correria do dia a dia. Falar de ausência é trazer de volta para o presente os mais puros sentimentos de fé, de amor, de confiança e determinação.

Falar de ausência é deixar que a saudade reprimida brote em flores de lágrimas nos olhos, sem ter vergonha de quem ou de que. Falar em ausência é permitir que o coração apertado no peito vá se acalmar nas velhas lembranças guardadas em algum baú empoeirado, escondido em algum sótão qualquer.

Ausência é ter um milhão de palavras encalhadas na garganta, mas não poder dizer, por já não estar mais presente a pessoa que deveria ouvir.

Ausência é sentir o coração pulsar descompassado, ardendo de saudades e, não ter ao alcance dos olhos a pessoa para abraçar.

Ausência é sentir um vazio na alma pelo sentimento de impotência de voltar pelo mesmo caminho, encontrar as mesmas pessoas, as mesmas coisas e corrigir o que não deu certo, ou reviver com mais intensidade cada momento deixado pra trás.

Ausência é estar cercado por uma multidão, mas não poder ver o rosto risonho da pessoa amada que tanto nos quis que tanto nos ajudou.

Ausência é acreditar que na cadeira ao lado, neste momento, está presente o ausente homenageado, invisível aos olhos, mas não ao coração.

Ausência é deixar que as lágrimas rolem, gritando baixinho, OBRIGADO, como um simples gesto de gratidão.

A todos os ausentes, que em algum momento da nossa vida estiveram presentes de corpo e alma, mas que hoje só estão presentes em nossos pensamentos e em nossos corações, só nos resta dizer obrigado por tudo, esta conquista também é de vocês, onde quer que estejam.

Daniel Mauricio

sábado, 5 de março de 2011

PEQUENA POESIA

TODO  O  DIA  MINHA  PENA
QUER  ESCREVER  UM  POEMA.
VÊM  FORMAS  LINDAS.
MINHA  PENA  SE  EXCITA.
OLHA  O  PAPEL  BRANCO  E  ESPERA.
SÓ  FICA  NA  VONTADE,
POIS  AS  PALAVRAS  DESFILAM
E  VÃO  EMBORA.
MAS,  SE  TODO  O  DIA  A  MINHA  PENA
QUER  ESCREVER  UM  POEMA,
TALVEZ,  CONSIGA,  NUM  DIA  DE  CHUVA,
EJACULAR  NO  PAPEL
UMA  PEQUENA  POESIA.


 Daniel Mauricio

RIMAS

DEPOIS  DE  22
TUDO  RIMA
CARNAVAL
CANAVIAL
CARNE  E  PAU
CANIBAL
O  MORRO  COME
AS  AVE-
               (U)NIDAS.

Daniel Mauricio

POEMA ACANHADINHO

DEFLOREI  UM  LIVRO
ABRI  SUAS  PERNAS-PÁGINAS
MEUS  OLHOS  BÊBADOS
DE  TANTA  BELEZA
DEVORARM  UM  POEMA
ACANHADINHO
QUE  SANGRAVA  EM  MINHAS  MÃOS.
LÁGRIMAS,  SUOR  E  CÉU.
FOI  ASSIM  MEU  PRIMEIRO  AMOR
PELA  POESIA.

 Daniel Mauricio

PAPEL


PAPEL
POR  QUE  FALAR  DAS  COISAS  GRANDES?
SUAS  GRANDEZAS,  BASTAM-SE  A  SI  MESMAS.
POR  QUE  NÃO  FALAR
DESSE  RETÂNGULO  DE  SULFITE  BRANCO
                            QUE  FITA-ME
                             COISA-ME
                             COCHICHA-ME
                              SEGREDOS
QUE  SÓ  EU  POSSO ENTENDER?

Daniel Mauricio

ENTENDER

ENTENDER.
ALGUNS,  AS  MULHERES,  ENTENDEM.
SE  AMAM,
SUSPIRAM  PELA  CASA  TODA.
SE  N’AMAM,
SUSPIRAM  POR  TODOS  OS  CANTOS.
SUSPIRAR ...
SUSPIRAR  DE  AMOR
SUSPIRAR  DE  DOR.
ENTENDER.
ALGUNS, OS  SUSPIROS,  ENTENDEM.

 Daniel Mauricio

sexta-feira, 4 de março de 2011

CIÚME

QUANDO O
CIÚME
SE UNE
A PAIXÃO
É DINAMITE
É EXPLOSÃO.

Daniel Mauricio



GUEIXA

CÉLIA
MINHA FLOR DE CEREJEIRA
FORÇA DE GUERREIROS ANCESTRAIS
COMBINADA COM A DOÇURA
DE UMA GUEIXA.
MULHER DE VALOR RARO
APRECIADA COMO UM BONSAI.
DEPOIS DO BANHO NO OFURÔ
COMO É SUBLIME VER-TE
ENTRE PÉTALAS DE ROSAS
DEITADA EM LENÇÓIS DE LINHO.
NUMA CONJUNÇÃO DE SENTIMENTOS
PERNAS, BOCAS E BRAÇOS
SE ENTRELAÇAM
COMO UM ORIGAMI DO AMOR.
PASSADA A VOLÚPIA
ACALMAM-SE 0S DRAGÕES.
APENAS OS CORAÇÕES É QUE BATEM
COMO O TAIKO.

Daniel Mauricio

ÊXTASE

A NOITE ESCURA
DESPRENDEU-SE DA MINH’ALMA
QUANDO OS TEUS OLHOS DE SERPENTE
ENCONTRARAM-SE AOS MEUS.
OUVI CANÇÕES ANTIGAS
EM LÍNGUAS JÁ NÃO FALADAS
AO TOCAR DE TUAS MÃOS.
O PASSAR DA TUA LÍNGUA EM MINHAS COSTAS
MEUS PÊLOS SE ARREPIAM
FEITO A SAVANA DA VELHA ÁFRICA
AO SOPRAR DO VENTO.
SOLTO MEUS BICHOS
ME ENTREGO AOS TEUS FEITIÇOS
E CONTIGO SUBO AOS CÉUS.

Daniel Mauricio

OOLIBÁ

Tambores da velha África
Chamam pelo teu nome
Oolibá.
Ventos cortantes
Segredos antigos vêem me sussurrar.
Olhos faiscantes
Feito relâmpago na tempestade
Me fascinam, me hipnotizam,
Me prendem ao chão.
Oolibá
Deixa eu te amar.
Oolá e Oolibá
Bela combinação sonora
Saudade de quem te adora
Oolibá
Seu corpo em movimento
Em um só momento
É dança, é vida, é sedução.
Na minha lembrança
Nas idas e vindas
Mesmo nos sonhos
Sempre presente estás.
Oolibá
No balançar de fitas
Chicotes ao vento
Minha pele arde como brasas
Minha boca pede pelos teus beijos
Senhora dos meus desejos.
Oh, bela Oolibá.

Daniel Mauricio

MIGALHAS DE AMOR

Você se afastou

E eu tentei mudar
Mas é muito sacrifício
Os deuses sabem disso
Não consigo deixar de amar.
Amar, seu riso aberto
Amar, seus seios fartos
Amar, o toque do seu corpo
Amar até o seu perfume
Por pois mais que eu relute
Estou preso em suas teias
Como uma droga em minhas veias
Necessito de você.
Engano a mim mesmo
Dizendo que não quero mais migalhas
Mas sim, um amor inteiro.
No entanto, basta apenas um aceno
Que me entrego sem receios
Como um cachorro todo festeiro
Perdido de amor pelo seu dono.

Daniel Mauricio



BORBOLETA MULHER

Nanci, Você

Como um casulo meio seio graça
Se aninhou em meu peito,
E ficou como quem nada quer
Contando os sóis
Contando as luas,
E foi-se desenvolvendo.
Criou cores, despertou amores
Em movimentos sedutores
Alcançou os céus.
Num suave farfalhar de asas
Meu coração se estremece,
Inebriado de paixão.
É você, linda borboleta!
Que enfeitiçou meus sentidos
Surpreendendo a minha alma
Borboleta-mulher.
Vejo-me amando um ser
Encantado que não sei direito
Como tratar.
Prender..., guardar só pra mim,
É a primeira vontade egoística
Que desponta.
Mas você é livre,
Se prendo morrerá
Se solto voltará?
Você é forte que suporta o vento
E engana a tempestade.
Mas é tão frágil
Que se desmancha ao ar
Num leve tocar.
Ah! Borboleta travessa
Que não se cansa
De borboletear.

Daniel Mauricio

quarta-feira, 2 de março de 2011

PEREGRINO

Vou sorvendo da noite
a nostalgia
cada minuto ... eternidade!
vou carregando uma mala
cheia de lembranças ... saudades!
Vou colhendo as lágrimas
no silêncio doído-doido
da noite
meus passos gritam por mim.

Daniel Mauricio

APARTAMENTO

Olhar janela
panorama
um ... dois ... mil!
luzes, explendor
céu escuro
eu sozinho
no computador.

Daniel Mauricio

CHORAR

Enquanto a caneta
chora palavras
no papel,
eu choro criança
por todososeus.

Daniel Mauricio

terça-feira, 1 de março de 2011

TIN-TIN

UM TIN-TIN NO COPO CHEIO DE SAUDADE
SOFRIMENTO POR AMOR DE SONHOS
REALIDADE VAZIA
CORPO SEDENTO POR SEXO
RISADA ROUCA
AMOR NOTURNO
UM TIN-TIN DE CORPOS NO BALCÃO DO BAR
ESTRANHA FELICIDADE DA VELHICE
CHORA E RI
NAS RUÍNAS DA ESPERANÇA.

Daniel Mauricio