terça-feira, 31 de agosto de 2010

MOMENTOS

O amor

muitas
,,,,,,,,,,,,,

Alguns
;;;;;
Raramente
.
FINAL


Daniel Mauricio

(IN)FELICIDADE

(in)felicidade
no bar
a pinga corre
s o l t a
de copo em copo
de boca em boca.

Daniel mauricio

MONÓTONO

A tarde
vai fechando os olhos.
Os pardais nos beirais
chilreiam.
Minha mãe chuleia
uma meia.
Meus olhos fixos nos quadros,
no relógio
que eternamente
marca seis horas.

Daniel Mauricio

ENTRELINHAS

Não quero dizer nada
quando escrevo.
Quero apenas,
despertar as entrelinhas
adormecidas em cada peito.

Daniel Mauricio

SEDUÇÃO

Uma palavra, à noite, voava,
como um pernilongo,
sem me deixar dormir.
Era o começo de um poema,
que não queria sair.

Daniel Mauricio

DESEJOS

Amor,
meus desejos,
são grilos noturnos
que buscam pelo teu nome.

Daniel Mauricio

MEDROSA

Uma poesia
me persegue sempre.
E sempre que a quero escrever,
ela foge medrosa
como uma menina assustada
com medo de se tornar mulher.


Daniel Mauricio

ABORDAGEM

Uma poesia
me abordou na rua:
buzuzu, buzuzu...
olhei,
mas cadê o poeta?


Daniel Mauricio

DESPERTAR

Pinga
um
pingo
de lágrima
na lembrança
despertando
em so-lu-ço
a saudade.


Daniel Mauricio

REDEMOINHO

O vento
agitava minhas memórias,
resgatando imagens perdidas,
- eu menino –


Daniel Mauricio

PROCURA

Na selvacidade
sou um lobo solitário
a procura de um
Chapeuzinho Vermelho.


Daniel Mauricio

INSONE

A lua cantava de redonda.
Meus olhos gemiam em lágrimas
que o vento secava.
os grilos grilavam...
lembrei dos meus grilos
que se debatiam na noite,
como uma borboleta
presa na vidraça.



Daniel Mauricio

SEM IDÉIA


Falta de inspiração.
Não há poesia.
que anjo mal
escondeu a chave
da alegria?


Daniel Mauricio

SACANA

Há poema que já nasce sacana.
Enquanto procuro rimar
poesia com cama
meu poema
chupa cana.



Daniel Mauricio

GRILO

Grilo
trim tris
tris trim
tristemente
enche a noite
escura.



Daniel Mauricio

SÃO JORGE

São Jorge pisa a lua no céu.
Eu piso a lua
nas poças d’água
da minha rua.


Daniel Mauricio

RELÓGICO

Treze e três
não são dezesseis
faltam cinquenta e sete
para as quatorze.


Daniel Mauricio

CRI CRI

A verdade
é um grilo falante
que incomoda muita gente.


Daniel Mauricio

QUADRIMANÍACO


Quadrimaníaco.
Meu olhar saliva
diante dos quadros.
Um gato.
Não sei se sou eu quem o o(lho)
ou se é ele quem me o (lha).


Daniel Mauricio

FIM DE FESTA

Menino
a festa acabou
x,
,
, , ,
, ,
,
, , 
,
,
,
a bexiga estourou


Daniel Mauricio

ABANDONADO

fui
e vim
no final
so/
zinho
tive pena
de mim.


Daniel Mauricio

(PRE)OCUPAÇÃO

Enchi meu eu
de amanhãs
- sonhei-
deixei o presente
- passei-
e o passado
como dói na
lembrança.

Daniel Mauricio

DESFILE

De mão em mão
Manada.
De pé em pé
Pelada.
Desfila em saltos altos
minha poesia.



Daniel Mauricio

SABORES

Chuva
manga
uva
pitanga
sabores
amores
lembranças
pés descalços
nas poças d’água.
Eu menino.


Daniel Mauricio

MOSCA

Poeta.
uma mosca varejeira
infestando o mundo
com a sua poesia,
mesmo depois de morto.


Daniel Mauricio

PÓ DE ESTRELA


O poeta
a poeira
vai-se o vento
fica o pó
vai-se o poeta
fica a poesia.


Daniel Mauricio

IR

Um dia de cada vez.
IR,
sem ter nada pra lembrar
IR,
sem ter nada pra esquecer
simplesmente viver.


Daniel Mauricio

A VEIA

V e i a
a v i a
d a v i d a
e m v e r s o
d e s a n g u e


Daniel Mauricio

CARACOL

Veja
a felicidade
batendo palmas.
E você,
uma mulher
encolhida dentro de si
com medo de ser feliz.


Daniel Mauricio

TERMÔMETRO

De manhã
meu cabelo
bolulu, bolulu,
será que vai chover?


Daniel Mauricio

LARGADO

Joguei meu cansaço
no tapete da sala,
e meus sapatos
num canto qualquer.
Chorei tua ausência,
por mim já sabida,
mas não compreendida,
e dormi criança abandonada
pois me descobri em casa
de volta com a solidão.


Daniel Mauricio


terça-feira, 17 de agosto de 2010

SOLIDÃO

Um perfume no ar...
de longe, aos poucos,
reaparece uma imagem
quase perdida no tempo: você.
Mas o gato siamês pula macio
no meu colo.
Acaricio meu peito, bem feito!
Aquieta-te gato, no seu velho borralho.
O vento passa, eu sozinho na praça,
chorando a mesma emoção.

 
Daniel Mauricio

SIMPLESMENTE IR

Afastar
sumir
desaparecer sem deixar rastro.
As luzes, os postes,
fogem apressados.
Ir, sem deixar saudades,
ir, sem dizer adeus.

 
Daniel Mauricio

CURITIBA 300 ANOS

O cio
o céu
o suor
a saliva
o sabor
curitiba dos 300
dos 1 milhão e tantos
gostosamente
meu lar.

 
Daniel Mauricio

DESCONHECIDO

Não sou Leminski.
por isso um dia
toda poesia
que disse,
dirão burrice.


Daniel Mauricio

EMBRIAGADO

Quero
me embriagar
de Leminski
pra quem sabe
cuspir poesia.

 
Daniel Mauricio

FLOR AMARELA

Uma flor.
Uma dor.
Lágrima
uma flor amarela
despetalando
dos olhos.


Daniel Mauricio

COCHICHO

A melhor poesia
nunca foi dita
nem escrita.
A melhor poesia,
de dor ou de amor,
é aquela que cada
um traz no peito
e a cochicha só pra si.

 
Daniel Mauricio

IDEIA BORBOLETA

Uma idéia coloridaborboleteava-me a noite inteira.
Sonhei que amanhãeu fui feliz.

 
Daniel Mauricio

DOR

Doraté que rima com flor
só não tem a sua beleza,
o seu colorido,
o seu perfume.
A dor é seca
feito um estampido de bala
é espinho na carne
é lágrima da alma.
Por isso, não se atraque na bala
distribua chiclete
cultive a paz
distribua sorriso.
Flor rima com amor que
não combina com dor.

Daniel Mauricio

GOLE D'ÁGUA

A ira
o fogo
a mágoa.
O melhor a fazer
é tomar um gole
d’água.

 
Daniel Mauricio

POEMINHA NOTURNO

Poeminha noturno
minha sombra de cabelos em pé
correndo atrás de mim.
Um gato em cima do muro.
Um pio de coruja me arrepia.
A lua morrendo nos olhos.
Eu e as eternas batidas do meu sapato.


Daniel Mauricio

NEON

Lua
pisca-pisca
de neon
na minha
vidraça.

 
Daniel Mauricio

ESTRANHO

Você
que um dia já foi eu
amigo, cúmplice, amor.
Hoje seu rosto nos jornais,
um riso, um olhar, um algo a mais.
Se não fosse o seu nome
um estranho, um desconhecido.
E eu a me enganar...
águas passadas
hoje, pedras expostas
só mágoas, marcas, amargas.
Nosso grande amor
descobri que era só meu.


Daniel Mauricio

PEDRADA

Não quero palavras
macias, elegantes.
Quero palavras simples
que caiam como pedra
no estômago.


Daniel Mauricio

PEDRA DE AÇÚCAR

O amahã
foi sempre
uma pedra de açúcar
no buraco do meu dente.

 
Daniel Mauricio

OLHO DE DRAGÃO

Olho de dragão
o
c

i
        O
d i O
                p
               i
               o


Daniel Mauricio

INFÂNCIA

Infância
sonhos, risos,
lágrimas.
Imagens confusas
no pensamento.
 
Daniel Mauricio

PAPAGAIO

Papagaio
que não papa galho
galho que papou
meu papagaio.
Pobre papagaio
que só tem rabo
e não tem papo.
Por isso não
papa ninguém.

 
Daniel Mauricio

SEM IDEIA PRA REDIGIR

Como um cachorro
que late e não morde,
assim eram os meus pensamentos
na hora da redação.

 
Daniel Mauricio