sábado, 28 de dezembro de 2013

Sem Poesia


Hoje, o caderno
dormiu comigo
mas nenhuma poesia
quis nascer.

Daniel Mauricio

Lua Mãe


Lua alta
lua baixa
metalizada
nas ondas do mar
balançam os meus sonhos lunáticos
como uma mãe,
para o filho acalmar.


Daniel Mauricio

Cálice


O cálice de cristal
ficou tímido, calado
diante do beija flor
lépido e embriagado
tomando o seu licor diário
no delicado cálice da flor.


 Daniel Mauricio

Materialização


Ao estressar a palavra
ela solta o verbo
e em substantivo
revela o seu ser.


Daniel Mauricio

domingo, 20 de outubro de 2013


Que os nós
se transforme em noz
para que nós
nos unamos mais
num grande e forte nó.

Daniel Mauricio

O Furacão


O furacão
furou a mata
e feriu o cão
o cão que em cada peito
late, uiva, urra
de dor e desolação.
O vento ventoso
vaidoso, ruidoso e rusgoso
com suas ventosas,
diria até violentosas,
de gigante polvo
vasculhou a cidade
feito afoita foice
deixando entulhos,
lamas e lágrimas
lamentação.


Daniel Mauricio

O Tempo Tem Pó


O tempo
Tem pó.
Pó que vai embaçando os olhos
Pó que vai branqueando os cabelos
Pó que maquiando a pele
Com manchas, rugas e pintas.
Tem pó o tempo.
E na sua esteira
Os passos ficam marcados
Pois o pó do tempo
não tem dó
é o Óóóóó.

Daniel Mauricio

Chuva de Recordação


Cai a chuva no telhado
como notas musicais
colorindo o meu son(h)o
de criança nos quintais.

Daniel Mauricio

domingo, 29 de setembro de 2013

LUA CHEIA



A lua toda cheia
apenas de camisola
mostrava-se inteira
na noite escura
os efeitos do seu amor
pelo sol.

Daniel Mauricio

A PESTE


A peste
petulante
pintou de preto
a pétala
da petúnia.


Daniel Mauricio

DEBRUÇADA NA JANELA

A solidão
debruçada na janela
em silêncio
contemplava comigo
o horizonte longínquo
o sol tingindo de vermelho
feito fogo de queimada.


Daniel Mauricio

AMBIÇÃO


O velho rio
ria banguelo
todo choroso
deitado em seu leito,
enfermo, seco e rochoso
feridas abertas
esgoto fétido em suas veias.
Até quando a ambição humana
continuará matando?

Daniel Mauricio

sábado, 24 de agosto de 2013

Biquinis



Os biquinis multicoloridos
enfeitam as finas e brancas
areias da praia
feito bandeirinhas de São João.

Daniel Mauricio

Nascimento da poesia



Hoje acordei
falando sozinho.
Meio doido,
meio doído
inchado de palavras mil.
Será que seria uma poesia
pedindo pra nascer
de maneira nada gentil?

Daniel Mauricio

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

domingo, 4 de agosto de 2013

MAIS UM GUERREIRO



Mais um guerreiro
     que recolhe as suas armas
     depois de muitos anos de embates
     permeadas por vitórias e derrotas
     pois a vida assim é.
     Mais um sim, pois só nos últimos anos
     outros grandes fizeram o mesmo tais como,
     Gasparelo, Nelson Bonfim, Nelson Mikami, Obdias,
     Jonas Mayer, Maria do Rocio, João Arthur,
     Ney Zanardine, Célia Rosa e Gilberto Pereira.
     Estes dois últimos viajaram pra mais longe
     Num voo eterno ao “Seio de Abraão”.
     Guerreiros que deixaram as fileiras da batalha
     mas continuam firmes na guerra
     contra a desigualdade, a injustiça
     o preconceito e a corrupção.
     Mário Fontoura foi fonte de inspiração,
     amigo, companheiro, chefe e eterno líder.
     Não há na história
     do Departamento de Rendas Mobiliárias,
     um Diretor que tenha permanecido
     no cargo por tanto tempo, com a mesma
     dedicação e energia.
     Mário: nome do homem que iniciou
     a modernização técnica e ideológica
     do Departamento.
     Que sempre com a frase
     “vamos comendo o mingau pelas beiradas”,
     conseguiu a tão sonhada produtividade fiscal.
     Que com a eterna frase “com o andar da carruagem
     os cocos vão se ajeitando”,
     foi normatizando procedimentos,
     melhorando a infraestrutura do Departamento
     e como conseqüência despertou a motivação
     e alavancou a arrecadação.
     Certamente sentiremos a falta do designer
     que de rascunhos em punho
     se punha a empurrar mesas e balcões.
     Certamente nunca esqueceremos
     o cara que ficava vermelho de raiva
     e batia no peito puxando pra si
     o peso dos problemas,
     as “brigas” com os maus contribuintes
     ou em defesa de algum servidor.
     É... nosso Diretor!
     O tempo passou tão depressa
     Por isso muitos sonhos não tiveram tempo pra florescer.
     Mas hoje, tanto o Alvará quanto o ISS
     só podem fazer uma prece
     pra agradecer a Deus e a você.
     Parabéns!

Daniel Mauricio     

sábado, 20 de julho de 2013

SAPATOS DE CETIM


Enquanto
meus versos polemizam
a joaninha poliniza
com seus sapatos de cetim.


Daniel Mauricio

OMISSÃO


O muro magoado
inteiro pichado
cobria os olhos de vergonha
de olhar pra rua muda.

Daniel Mauricio

CÓRREGO DA ALMA


Ao não do amor
as lágrimas
escorriam doídas
pelo córrego da alma.

Daniel Mauricio

A ONDA


A onda
andou revoltada
por ter sido empurrada
pelo vento aventureiro
que queria fazer graça
nos longos cabelos
da deusa do mar.

Daniel Mauricio

sexta-feira, 28 de junho de 2013

sexta-feira, 31 de maio de 2013

ARRANHA CÉU


No topo do arranha céu
pretensiosamente
o relógio imita a lua.


Daniel Mauricio

MONITORAMENTO LUNAR


Do alto da torre
a lua monitora
a cidade toda.


Daniel Mauricio

ENVELHECER


Suavemente
a noite foi cobrindo os meus sonhos
com o seu cobertor de veludo
todo estrelado.

Daniel Mauricio
 


MEIA IDADE


Barba sempre raspada
todo dia, todo dia, todo dia...
Todo dia o tempo escapa.
até que um dia
o espelho escancara
os fios brancos na cara
que nem os vi nascer.


Daniel Mauricio

sábado, 27 de abril de 2013

A TOA



Andava meio tonto
meio a toa
comendo queijo
olhando a lua
lendo poesia
de repente
o escorpião da paixão me picou
e o sangue febril
fez o coração disparar
em direção do amor.

Daniel Mauricio

quinta-feira, 25 de abril de 2013

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ECO FAZ ECO



A obra de Umberto Eco
faz eco mundo a fora.
A minha poesia
sussurra modestamente,
na roda de amigos

Daniel Mauricio 

sexta-feira, 22 de março de 2013

FADOS




O mar ficou mais salgado
com as lágrimas saudosas
dos fados não cantados.

Daniel Mauricio

A PAZ




Longe de La Paz
a paz é guerreada,
discutida e desenhada
a lápis e canetas.

Daniel Mauricio

sábado, 23 de fevereiro de 2013

GOMA AMARGA



Senti o barulho da fantasia
a se quebrar dentro de mim.
Não ouvi o sino,
chorei menino
o vazio estava ali
em mim.
Passou o tempo,
chegou a idade
a realidade,
amarga goma de mascar.

Daniel Mauricio

OLHOS



Olhos...
música escorrendo pelos dedos.
Olhos...
chuva escorrendo pela vidraça.
Olhos...
um corpo.
Uma saudade chocolate.
Olhos...
ainda a mesma música.
Dois corpos
um desejo vinho,
um amor lareira.
Quem tem medo da chuva?

Daniel Mauricio

A MORTE



 O que é o passado
senão a morte
que soluça
em forma de saudade?
Olho no espelho
a cada minuto estamos partindo.
E temos pressa...
e temos pressa
do futuro que nos fascina.
O que é o futuro
senão a morte
que nos aguarda
em forma de promessas?

Daniel Mauricio

VELHO POETA



Morre o poeta
a poesia se espalha pelo mundo
feito cinzas ao vento.
Vive o poeta
até nas palavras não ditas.

Daniel Mauricio

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

FILHOS DA NOITE




Filhos da noite.
Ansiosos pelo amanhecer
meus poemas noturnos
dormem amarrotados entre as linhas.

Daniel Mauricio 



VISITA INESPERADA




O presente esvai-se
numa névoa de pensamento
feito um avião mergulhado entre as nuvens.
Os sons das palavras fazem eco
tornando nítidas as imagens do passado.
Do futuro resta apenas
uma terna e imensa saudade.
Hoje a solidão desceu do sótão
Como uma visita inesperada.
Tomou café comigo
em goles lentos
em vez de uma taça de vinho.


Daniel Mauricio 

INALCANÇÁVEL




Quanto mais corria
mais rápido de mim,
a lua se distanciava.

Daniel Mauricio

CAÇADOR DE ILUSÕES




Quando a paixão me cegou
corri atrás de ilusões
feito criança perseguindo borboletas.
Os cabelos grisalhos
gritam silenciosos no espelho
os segredos do amanhã.


Daniel Mauricio