sexta-feira, 29 de julho de 2011

Poemas Tortos


Há poemas que nascem tortos
quase mutilados.
uns sem braços, mancos
ou sem pé nem cabeça.
Uns despertam a mente
com filosóficas reflexões.
outros, magistralmente tocam fundo no peito
provocando emoções.
Cores, sabores, sons, formas, perfumes, paixões.
Vida, paz, sexo, amor, religião.
São alguns dos ingredientes,
dos poemas universais.

Daniel Mauricio

Filha Rebelde


Minha poesia vagabunda
saiu da Rua Riachuelo toda prosa
ganhou ares respeitosos no Centro Cívico
desfilou faceira na Rua XV
e alçou vôo mundo a fora.
Ah, minha filha doida, rebelde e aventureira
desperte o amor
provoque sensações
mas acima de tudo,
seja muito feliz por quer que andar.

Daniel Mauricio

Sabá


Ana Cláudia
poderosa Rainha de Sabá
dos tempos modernos.
Tal como Salomão,
quedei-me maravilhado aos teus encantos.
Corpo talhado pelos deuses
desperta a cobiça
inspira mil cânticos de amor.
Caravanas de Marrocos, do Egito e de Países Nórdicos
vêm em solene peregrinação
oferecer presentes e aprender com seus dons.
Espírito intrigante,
alma cativante,
indica aos errantes o caminho da paz.
Ah, Rainha de Sabá.
Teu sabor de céu
desperta meus desejos pecaminosos
põe em cheque minhas crenças e minhas certezas
ante a nudez da tua pele bombom.

Daniel Mauricio

Menina Mulher


Sintia, meu colibri esvoaçante
despertando as flores sedentas de beijos
em plena raiar do sol.
Jeito de menina,
moleca, travessa,
mas formadora de opinião.
Na cama revela-se mulher,
mulher ciosa, balzaquiana
que subjuga o gigante
com apenas um gesto.
O Nilo todo te inveja
Oh, Cleópatra brasileira
que com apenas um sim,
tens a teus pés, um exército de amantes.

Daniel Mauricio

quinta-feira, 28 de julho de 2011

MEU VÍCIO



Minha vida era como um jogo de xadrez.
Tudo milimetricamente estudado, pode-se dizer que até previsível.
Daí surgiu você.
Não que estivesse longe, ausente.
Meus olhos é que me traíam, indo a busca de sombras
Talvez lembranças ou sonhos de um passado que nem chegou a acontecer.
Você, tão presente, prazerosamente ao alcance dos meus braços
Já acostumados com a solidão.
Meu coração arredio, receoso, mas estupidamente apaixonado
Se fez vencido, deixando-se elevar aos sete céus.
Borboletas, sinos, flores, perfumes, luzes...
Numa sincronia orgasmática
Nervos, peles, olhos, bocas, corpos em êxtase, respiração.
Tornamos caçadores da aurora boreal.
Marise,
Suas palavras, seus gestos, seu cheiro, sua alma
Impregnados ficaram em mim.
Seu corpo é o meu vinho é o meu vício
Que como néctar derrama-se sobre mim.
Não sei se estou louco ou só embriagado de tanto prazer.
Só sei que estou salvo, pois o seu melhor reservou só pra mim.

Daniel Mauricio